“O Iberanime acaba por ser um ponto de encontro gigante entre pessoas que têm os mesmos gostos em comum”
O Japão está quase a conquistar Portugal. Felizmente, não se trata de nenhuma invasão bélica. O Iberanime regressa à Exponor, em Matosinhos, nos dias 14 e 15. Trata-se da maior reunião de fãs da cultura pop japonesa no nosso país. E a crescer, conta o organizador André Manz à SeeTickets.
O Iberanime realizou-se pela primeira vez em Portugal em 2010. Quais foram as motivaçōes do evento e o que mudou de então para cá?
Bom, basicamente a criação do Iberanime nasce da minha paixão [André Manz, diretor-geral da Manz, organizadora do evento], pela cultura pop japonesa, algo que está muito enraizado na família, não só nos meus irmãos como já nos meus próprios filhos.
Depois de algumas viagens pelo Brasil, Espanha e França para assistir ao que de melhor por lá se fazia em convenções de cultura pop japonesa, percebi que não havia em Portugal um evento do género, pelo menos não com a dimensão que havia lá fora, e que aqui em Portugal havia muitos fãs de anime, mangá, cosplay, até pelas pequenas concentrações que se iam fazendo aqui e acolá em escolas e universidades. E assim foi, nascia o Iberanime em 2010, desde sempre com duas edições, uma em Lisboa, outra no Porto.
É correcto afirmar que o universo da cultura pop japonesa cresceu em Portugal?
Sem dúvida e continua a crescer. Isso vê-se pela quantidade de pessoas que fazem parte do Iberanime, que tem vindo a crescer edição após edição, como de animes a serem oferecidos em Portugal, em plataformas como Netflix ou Crunchyroll. E vê-se igualmente pela atração de outros eventos pelo Cosplay, onde é frequente verem-se convites a muitos cosplayers para estarem presentes.
Que público se desloca ao Iberanime? É possível desenhar um perfil?
Bom, o público do Iberanime é bastante vasto e democrático (risos). E como o evento já vai na sua 12.ª edição, há público que começou mais novo e que agora nos acompanha em todas as edições. E muitas vezes já vêm com os próprios filhos! Por isso, eu diria que o Iberanime tanto é um evento para crianças e pré-adolescentes, como mesmo para jovens adultos e adultos. E a verdade é que a oferta de atividades que temos no evento procura, precisamente, responder a todos estes públicos.
Há japoneses entre o público?
Sim, sim. Veem-se muitos japoneses no evento, até porque habitualmente temos sempre a Embaixada do Japão em Portugal como nossa parceira e o evento acaba sempre por ser divulgado à comunidade japonesa em Portugal. E este ano, o Iberanime insere-se nas comemorações oficiais dos 480 anos da amizade entre Japão e Portugal.
Das reacçōes obtidas ao longo destes 13 anos, há quem espere um ano inteiro pelo evento?
Há, sim. E esse crescendo de expectativa é muito giro de se acompanhar. Porque o Iberanime acaba por ser um ponto de encontro gigante entre pessoas que têm os mesmos gostos em comum e que veem aqui a oportunidade de se encontrarem todos, de se sentirem no seu espaço e zona de conforto. Depois, os próprios cosplayers passam vários meses a preparar o seu fato para depois o apresentarem à comunidade no evento, e esse crescendo de construção é muitas vezes por eles partilhado nas redes sociais.
O Iberanime tem impacto internacional?
Sim, cada vez mais, sobretudo na vizinha Espanha. A edição do Porto recebe muitos visitantes da Galiza e de outras partes do norte de Espanha e a edição de Lisboa tem despertado cada vez mais interesse de expositores de países como Espanha, Países Baixos, França, etc. Além disso, a parceria que temos com a See Tickets, que opera nos mercados internacionais, também ajuda a este impacto além-fronteiras do evento.
Quais são as novidades e destaques para este ano?
Ui, são muitas. Desde logo a presença do cantor Hiroshi Kitadani, o intérprete do megaêxito “We Are”, o genérico de abertura da série One Piece. Promete dar um grande show, até porque ele é a voz de músicas de várias séries e filmes de anime. Depois a cantora Yuko Harada, uma promessa da música japonesa, que vai apresentar uma sessão acústica de várias músicas de anime. Isto no lado dos concertos.
Depois temos dois cosplayers internacionais convidados – a Kamui Cosplay, a estrela alemã do Cosplay, seguida por mais de 5 milhões de pessoas, e Captain Ghostly, uma presença assídua no evento e sempre querido por entre os fãs do Cosplay. Depois há vários workshops e atividades ao longo do fim de semana; de destacar o lançamento, em exclusivo, de dois livros de mangá: The Mighty Gang – vol.2 e Centelhas do Caos – Contos Atípicos, ambos da autoria de duas criadoras super talentosas; a exibição de dois filmes japoneses que abordam a cultura e hábitos japoneses (Every Day a Good Day e Dad’s Lunch Box); e ainda um painel de convidados que vão abordar o tema da saúde mental no mundo do Cosplay.
Depois há vários workshops de anime, cultura tradicional japonesa, dobragem, etc. A programação é mesmo muito completa. E, claro, as etapas portuguesas das competições internacionais de Cosplay – Cosplay World Masters e World Cosplay Summit.
Em que consiste o Concurso Noodles Monster?
Muito simples. Aquele que acabar em primeiro lugar um copo de noodles, bem quentinhos e até ao fim, sopa incluída, ganha. Fácil, não é? E saboroso!
Há duas rondas no sábado e duas no domingo e de cada ronda sai um vencedor.
Há limites para o cosplay?
Bom, para o Cosplay não há limites e isso consegue perceber-se pela qualidade e detalhe dos fatos e adereços e pelo notório investimento de tempo e dedicação dos cosplayers. Não só daqueles que participam nas provas internacionais e nos concursos, mas mesmo de quem circula pelo evento.
As personagens escolhidas são também cada vez mais abrangentes, e vão desde personagens de videojogos a séries de anime e mangá.
E também não há limite ou idade mínima de idades. Aliás, no Iberanime temos uma competição informal de Cosplay, o Iberanime Kids Contest, para pequenos participantes entre os 6 e os 13 anos de idade.
Bilhetes Iberanime Porto 2023 em: https://www.seetickets.com/pt/event/iberanime-2023-porto/exponor/2663444#op1