Vilar de Mouros: a maturidade é um posto

 

O rock já não é só para adolescentes. Aliás, observando as transformações no gosto popular, o rock é cada vez mais dos pais e menos dos filhos. É para esses que se fizeram festivais como este Vilar de Mouros. Um caleidoscópio nostálgico de referências de diferentes eras, mas todas elas interligadas por um desejo chamado eléctrico de ser.

Vilar de Mouros foi, recorde-se, o pioneiro dos pioneiros dos festivais portugueses. A primeira edição ocorreu ainda no pré-25 de abril, em 1971, com um tal de Elton John, entre outros, e a segunda levou nomes como uns novéis U2 ou Echo & The Bunnymen ao Minho. Quando o festival regressa em 1995, contribui, juntamente com Super Bock Super Rock, Vilar de Mouros, e, logo a seguir, o Sudoeste, para firmar os festivais como um hábito cultural. Intermitente depois dessa edição histórica, regressa nos últimos anos para se afirmar pela nostalgia, com uma aposta assumida em protagonistas do passado para seduzir pais e contagiar filhos.

“Whatever Happened To My Rock’n’roll?”, perguntam os Black Rebel Motorcycle Club, uma das muitas bandas revivalistas do rock de início de século, e representantes dos anos 00, a par dos matemáticos Battles. A vintena de anos faz de ambas calouras ao pé de um lote de veteraníssimos.

O festival começa a 25 de agosto com Placebo e Suede a viajar nos anos 90 do glam e do glitter, acompanhados por Battles, e pelo histórico da new wave Gary Numan. “Are Friends Electric?”, perguntava em 1979 no single que o pôs no topo das tabelas de vendas inglesas. A resposta está dada.

Na segunda noite, os anos 80 de quem não esquecemos pertencem aos Simple Minds. Além dos Black Rebel Motorcycle Club, encontramos ainda o peso melódico dos suecos Clawfinger, que conheceram na década de 90 o seu tempo áureo. E se pensarmos que os Tara Perdida herdaram os fundamentos punk dos Censurados, a viagem continua com João Ribas sempre presente em espírito.

Para fechar, a última estação do retropolitano, a 27 de agosto, é a mais rockeira. Os Bauhaus resgatam os fantasmas do pós-punk, já depois de Iggy Pop ter atravessado décadas de história do rock’n’roll, desde os motores punk afinados nas garagens de Detroit até álbuns como o recente Post Pop Depression, feito em coligação com os Queens of the Stone Age. Antes, lugar aos portugueses com Legendary Tigerman e Blind Zero, também eles embaixadores das guitarras, do rock e das raízes blues.

The Black Teddys (25 de agosto), Non Talkers (26) e The Mirandas (27) abrem as respectivas noites que o DJ Izzy da Rockline Tribe fecha.

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