Acorda Figueira! Vem aí o BR Fest.

 

Em 2022, metade da música mais ouvida no Spotify em Portugal foi brasileira. Surpresa só pelos números esmagadores porque, de resto, há muito que a música brasileira tem forte expressão no mercado português. Feijão com Arroz, de Daniela Mercury, continua a ser um dos álbuns mais vendidos de sempre em Portugal, e nomes como Ivete Sangalo ou Martinho da Vila são sinónimo de popularidade impermeável à passagem do tempo.

 

A febre do funk e a catadupa de êxitos de Anitta, Ludmilla, MC Pedrinho, Jovem Dionísio ou L7nnon explicam tudo aquilo que não é obviamente cultural. Como a língua e a comunidade brasileira em Portugal. Por dia, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) recebe cerca de 450 pedidos de regularização da situação em Portugal por brasileiros.

 

Multiplicam-se por isso os eventos centrados na cultura brasileira que, pelas razões apresentadas, falam para todos e não apenas para a comunidade. Em julho, o BR Fest mergulha pela primeira vez na Praia do Relógio, na Figueira da Foz, uma semana depois de, no mesmo local, se ter realizado o RFM Somnii. O festival de praia promete ser o maior “dedicado à música e cultura brasileira em Portugal”. À Lusa, o organizador Tiago Castelo Branco afirmou que o BR Fest “pretende transformar a Figueira da Foz na capital brasileira de Portugal”.

 

O cartaz não faz por menos e junta, a 15 de julho, a Banda H1, Jovem Dionísio (de Acorda Pedrinho), o clássico Martinho da Vila, Melim e Pocah. Um misto de sertanejo e pegadinha para colar e soltar o corpo. No dia 16, o segundo de festival, é a vez de Gloria Groove, Kevin O Chris (da remistura de Ela é o Tipo, com Drake), Lexa, Zeca Pagodinho e um tributo à falecida Marília Mendonça.

 

O digital também através de três apresentadoras: a bailarina Amanda Araújo, a criadora de conteúdos Malu Camargo e Vanessa Lopes, considerada a maior tik-toker do Brasil. E há ainda Helton, antigo guarda-redes do Futebol Clube do Porto, radicado em Portugal há vinte anos, como embaixador. Ele que era conhecido por ser um “animador musical” nos estágios das suas equipas e chegou a tocar bateria com uma banda em concerto na Casa da Música.

“Um verdadeiro ponto de encontro e celebração da cultura brasileira” com “música, gastronomia, arte e lifestyle”, antecipa a organização. Vai deixar pegada na areia. 

 

Bilhetes em: BRFEST – Tickets (seetickets.com)