Festivais de música electrónica – BPMs para todos os corpos
À luz do dia, a Primavera ainda mal despiu o casaco. À noite, a temperatura já sobe. Não se pode dizer que 2022 esteja a ser um ano fraco para os amantes da electrónica, das suas diferentes correntes e aplicações. Em dois meses, de fevereiro até meados de abril, dois grandes festivais já aconteceram e com impacto sentido. Primeiro, o ID No Limits levou 8 mil pessoas ao Centro de Congressos do Estoril, ao longo de três dias, e já este mês, Lisboa sentiu a edição inaugural do Sónar. Sem surpresa, uma aposta ganha e a garantia de um festival que veio para ficar. Para já, nos próximos quatro anos – a duração do contrato com a organização portuguesa.
Mas há mais. Bastante mais até. Na última década, os festivais de música electrónica em Portugal têm-se multiplicado e segmentado em áreas específicas, como o techno, o EDM ou o experimentalismo, em diferentes regiões. 2022 é ano de regressos e estreias, com muita oferta de todos os tipos de formas, ritmos, cores e texturas.
O Boom, um clássico que há muito deixou de ser apenas referência na ligação ao trance e apresenta um cartaz muito mais expansivo, quer ao nível de ritmos, quer de outras formas de estar como a meditação, a relação com a arte ou o compromisso com a natureza, está de volta a Idanha-a-Nova de 22 a 29 de junho para celebrar 25 anos desde a primeira edição. Um caso de reconhecimento internacional, erguido a partir de uma comunidade específica, que também ela se alargou, à medida que a proposta do festival foi compreendida.
Um pouco mais novo, o Neopop já comemora 15 anos de existência e leva à Praia da Barra em Viana do Castelo nomes de peso como Amelie Lens, Nina Kraviz, Ricardo Villalobos, Richie Hawtin, Josh Wink, Dax J e Honey Dijon entre vários outros. Não há que ter dúvidas, é uma experiência libertadora para o corpo, para deixar definitivamente para trás três intermináveis anos de espera desde o último Neopop em 2019. Os bilhetes adquiridos para 2020 ou 2021 são válidos para este ano.
Um outro regresso é o do Jardim Sonoro, bem no coração da cidade de Lisboa, de volta ao Parque Eduardo VII de 9 a 11 de setembro. O cartaz é ecléctico e amplo nas ligações com a electrónica. DVS1 e Jeff Mills são patronos do techno mas também há jazz (Kamaal Williams), hip-hop (DJ set de Sam The Kid), house (Steffi, Virginia Craig Richards, Nicolas Lutz, Mike Shannon, Dewalta), um showcase da Arpiar com Raresh, Rhadoo e Petre Inspirescu, e um forte contigente nacional, com DJs como Mary B, Luisa, Pedro Tenreiro, Silvestre, Rui Maia e Rai, bem como concertos de Surma, Filipe Karlsson e Narciso. Para este ano, é prometido um festival “cada vez mais misturado na natureza, cada vez mais verde, cada vez mais camuflado em vegetação e folhagem de futuro”.
Por falar em festivais de cidade, o Eléctrico, no Porto, apresenta como cabeças de cartaz Floating Points, Kink e Kruder & Dorfmeister; e os portugueses Diana Oliveira, Maria Callapez, Moullinex, Klin Klop e Rui Vargas. De 1 a 3 de julho no Parque da Pasteleira.
Portimão é uma das capitais de verão de festivais portugueses. De 17 a 19 de junho, a primeira vez do Secret Project é na Praia da Rocha com nomes de peso da cultura DJ. Adam Beyer, Amelie Lens, Andy C, Charlotte De Witte, Chase & Status, Eric Prydz, Jamie Jones, Maceo Plex, Sven Vath, Tale Of Us e Wilkinson são argumentos para contar as horas até o verão chegar.
De 8 a 10 de julho, o RFM SOMNII, na Figueira da Foz, é, provavelmente, o que de mais parecido há em Portugal com festivais de grande dimensão internacional como o Tomorrowland. A cultura EDM é defendida por figuras actuais do género como Alan Walker, Alok, os Tropkillaz e os portugueses Kura e Diego Miranda. Este ano com concorrência.
O Brisa Beach Party leva Martin Garrix, Armin Van Buuren, Mariana Bo, Danni Gato e Karetus, entre vários outros, à Praia do Aterro Norte, em Matosinhos, de 1 a 3 de julho. Em Braga, o Dance Floor Festival leva Brian Cross, Gunz For Hire, Acraze, Carnage, Cat Dealers, Sefa e Habstratk ao Altice Fórum a 29 e 30 de julho.
Ainda em Braga, o Semibreve é um festival à parte no panorama. A electrónica é abordada não em função da pista mas do ponto de vista da exploração sónico-científica, em estreita ligação com o pensamento. Para este ano, ainda não há cartaz mas já há datas: o festival de arte digital e música electrónica decorre de 27 a 30 de junho.
Bilhetes Jardim Sonoro: https://see.tickets/jardimsonoro
Bilhetes Secret Project: https://see.tickets/secretprojectfestival
Bilhetes RFM SOMNII: https://see.tickets/rfmsomnii-2022
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