Que têm em comum futebolistas, actores, influenciadores, modelos, rappers e comediantes? São os ídolos da geração hashtag. É nas redes sociais que se lançam os dados da fama e, entre tantas outras figuras, nas mais populares encontramos Pedro Teixeira da Mota, Joana Marques, Carlos Coutinho Vilhena, António Raminhos e Bumba na Fofinha. Humoristas, ou figuras ligadas ao amor, que diariamente deixam Portugal a rir na televisão, na rádio, no YouTube ou nas redes sociais.

 

Quase todos os que pertencem à geração do digital começaram com pouco. Um telemóvel, computador ou tablet, e dedo no gatilho. A expansão de possibilidades tecnológicas, a apropriação de modelos televisivos de produção, em paralelo com o patrocínio de marcas, ou da oferta de donativos dos seguidores, elevou alguns destes formatos ao patamar da profissionalização. Nos últimos anos, assistiu-se a uma explosão da comédia em canais paralelos aos tradicionais, embora seja justo reconhecer que, atentas aos fenómenos, televisōes e rádios apostaram fortemente na comédia com resultados, por vezes, esmagadores como é o caso do impacto de Joana Marques na Rádio Renascença.

 

Sem surpresa, o stand-up entrou também no circuito de espectáculos ao vivo. O que é na verdade um regresso a casa, já que a comédia nasceu em palco, através da escola do improviso. Aliás, o primeiro momento de grande exposição do stand-up ocorreu pela mão de Fernando Rocha, quando Levanta-te e Ri era transmitido pela SIC. Para quem não se recorda da primeira série, entre 2003 e 2006, o formato passava por dar antena e microfone a sangue novo do humor de então, como Marco Horácio, Salvador Martinha, Nilton, Aldo Lima, Bruno Nogueira, Ricardo Araújo Pereira, Francisco Menezes ou José Diogo Quintela, que tinha no riso da plateia o golo.

 

Surgiram novas figuras como as supracitadas, mas sobretudo criou-se um público e um hábito cultural. O stand-up impôs-se como forma diária de expressão e hoje ocupa não só tempo de antena, das manhã radiofónicas às redes sociais e magazines televisivos, como ganhou um lugar na programação cultural. Nos dias 16 e 17, foi Extremamente Desagradável no Coliseu do Porto, e nos dias 20 e 21, Guilherme Duarte bisou no Teatro Villaret com o espectáculo Limbo, que continua a apresentar pelo país. Em digressão, está também Gilmário Vemba, que no dia 25, pisa as tábuas da Academia Almadense. Um almadense, Diogo Batáguas, leva o Processo ao Teatro Municipal de Bragança no dia 23. A tendência alarga-se a figuras internacionais com a vinda, por exemplo, de Jimmy Carr ao Teatro Sá da Bandeira, no Porto, no dia 22.

 

Luana do Bem, recentemente contratada pela Antena 3, Fernando Rocha, António Raminhos, Alexandre Santos, Manuel Cardoso, Hugo Van der Ding, Luís Franco Bastos e Pedro Tochas são algumas das figuras com datas agendadas até final do ano. Tratam-se de espectáculos simples na produção, pequenos na comitiva e, por isso, baratos de pôr de pé. Os programadores agradecem, os comediantes riem e as pessoas aplaudem. Se todas as relaçōes fossem assim tão simples…