Festivais – o mundo cabe todo em Portugal

O fluxo migratório, a necessidade de criar oferta para comunidades específicas e o acesso a culturas periféricas está a trazer novidades ao panorama local de festivais. Portugal assume-se como cais de partida e chegada da multiculturalidade.

É um fenómeno global, este, que também em Portugal produz transformações, hábitos e públicos. A língua é um elo inquebrável de ligação entre o Brasil e Portugal. Além de visitas regulares dos artistas locais, a produção de festivais de géneros específicos tem vindo a aumentar. À proximidade entre culturas, vale a pena acrescentar o crescimento da comunidade brasileira em Portugal como justificação para esta mudança. Um desses casos é o Villa Mix, que este ano regressa após dois adiamentos consecutivos. Ainda sem datas confirmadas, o festival celebra a música brasileira festiva. Para 2021, estavam confirmados Seu Jorge, Gusttavo Lima e Luan Santana.

Se há festival que há muito faz esta ponte, é o Rock In Rio. Nos dois sentidos transatlânticos, é um facto, mas também agregando outras culturas e povos. Este ano, o palco Rock Your Street é dedicado ao Oriente com nomes como Omar Souleyman (Síria), Arooj Aftab (paquistanesa radicada em Brooklyn) e também vozes de outras latitudes como Johnny Hooker (Brasil), Titica, Prodígio e Paulo Flores (Angola), Bombino (Níger), Jupiter & Okwassa (Congo) e os portugueses Sara Correia e Bruno Pernadas, além dos Magdalena Bay dos EUA.

África é um continente demasiado grande para poder ser reduzido a uma palavra só. Além da valorização cada vez maior da música dos países de língua oficial portuguesa, sobretudo Angola e Cabo Verde, novas músicas populares a surgir de múltiplas direcções, têm vindo a ser incluídas nos circuitos já estabelecidos, e a conquistar o seu. 2022 é ano de Afronation, um festival “afro-urbano”, com lugar para “afrobeats, dancehall, hip-hop, reggae, amapiano, rnb, coupé-decalé, kizomba, rumba, soca, afropop, highlife e zouk”. Para entrar a pés juntos no verão.

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