Sala Principal #1 : Coliseu do Porto

 

O octagenário Coliseu do Porto, agora também com o apelido Ageas, é a sala nobre do Porto apesar de, tal como o Coliseu dos Recreios para Lisboa, não ser a maior da cidade. Projectada pelos arquitectos Cassiano Branco e Júlio de Brito, foi inaugurada a 19 de dezembro de 1941 com um concerto da Sinfónica Nacional, dirigida pelo maestro Pedro de Freitas Branco.

 

Até ao início da década de 90, por ali passaram todo o tipo de espectáculos e artistas, portugueses e internacionais. De Beatriz Costa a Marcel Marceau, Hermínia Silva, Rudolf Nureyev; as óperas La Bohème e Rigoletto pela Orquestra Sinfónica Nacional e pela Escola do Corpo Coral do Teatro São Carlos; os musicais West Side Story e Música no Coração, e o Festival da Canção Portuguesa, entre tantos outros.

É nesta década que a sala passa por um momento de incerteza quando a Companhia de Seguros AXA, então proprietária do imóvel, inicia negociações com a Igreja Universal do Reino de Deus para a venda do Coliseu do Porto. Este processo vai dar origem a um dos episódios mais marcantes da história do Coliseu do Porto, quando Pedro Abrunhosa se acorrentou em protesto contra a intenção de venda à IURD. A venda acaba por ser vetada pela autarquia e, no final de 1995, é assinado um acordo envolvendo a Câmara do Porto, a Área Metropolitana do Porto, a Secretaria de Estado da Cultura e a UAP para aquisição e gestão do Coliseu do Porto.

 

Porém, o ano seguinte traz um revés quando, após um desfile com a supermodelo Claudia Schiffer, um incêndio de origem indeterminada, destrói completamente a caixa do palco e provocando graves estragos na sala principal e nos camarins. A reabertura acontece ainda nesse mesmo ano com o habitual concerto de Natal, mas só dois anos depois é finalizada a obra de recuperação.

Sala histórica, erguida na incerteza da II Guerra Mundial, tem uma fachada assimétrica e um desenho interior vanguardista que reforça a sua propensão para as artes, assumindo-se como espaço de referência cultural do Porto. Com capacidade para quatro mil pessoas, aguarda agora uma obra de reabilitação, avaliada em 3,5 milhōes de euros, que, numa primeira fase, deverão incidir essencialmente na fachada, cobertura e torre.

A intervenção não interrompe a normal programação da sala com espectáculos de diferentes tipologias. Em setembro, Paulo de Carvalho celebra “60 anos de cantigas” no dia 9, enquanto Joana Marques leva o seu Extremamente Desagradável ao palco nos dias 16 e 17.

 

Em outubro, Macy Gray (13), Rui Veloso Trio (28) e os trinta anos dos Moonspell (31) são destaques, assim como Regula Unplugged (18), Brit Floyd (22), O Lago dos Cisnes e Quebra Nozes (25 e 26) no mês de novembro. Para 2023, já estão confirmados nomes como os de Luís de Matos, Valete e os Waterboys.

A recente revitalização do Salão Ático, onde em tempos se fizeram chás dançantes, nas matinés portuenses, assim como bailes e encontros políticos, abriu alas ao Novo Ático, um espaço com capacidade para 300 pessoas em pé e 180 pessoas em formato de plateia sentada.

Até ao fim do ano, estão agendados concertos de 5 Punkada (4 de setembro), JP Coimbra (25 de setembro), a festa Kuia Só (2 de outubro), Blind Zero (9 de outubro), Happy Mess (16 de outubro), Neev (23 de outubro), Cassete Pirata (30 de outubro), Club Makumba (6 de novembro), Com o Mar Pelo Meio (13 de novembro), Surma (11 de dezembro), o americano Josh Rouse (18 de dezembro) e JP Simōes (25 de dezembro).